A quantidade de
significados diferentes que um termo pode conter é variada. Nesse contexto, a
análise do conteúdo, análise do discurso e análise de narrativas são
modalidades de interpretação de textos com a finalidade extrair os seus
significados expressos. Existe, para isso, diversas formas de se analisar um
texto e muitas técnicas disponíveis.
A análise de conteúdo é uma
das formas de interpretar o conteúdo em que consiste relacionar a frequência da
citação de algumas ideias, temas ou palavras de um texto para mensurar o peso
relativo atribuído a um determinado assunto pelo autor. Essa análise feita pela
análise de conteúdo estabelece uma frequência estatística das unidades de
significado. Identifica características especiais da mensagem. A mensagem,
nesse caso, pode ser captada, decompondo-se o conteúdo do documento em
fragmentos mais simples, que possam revelar sutilezas apresentas em um texto.
Os fragmentos podem ser representados pelas palavras, termos ou frases que
tragam o significado da mensagem.
A análise de conteúdo, dessa forma, pode ser definida como toda técnica
que permita fazer inferências, identificando objetiva e sistematicamente as
características da mensagem (STONE, 1970 apud CHIZZOTI, 2006). A partir dessa
ideia, foi criado o primeiro programa de computador – General Inquirer – que procura fazer uma descrição analítica do
texto a partir de categorias compostas por meio de indicadores, com a
finalidade de descrever as características fundamentais da mensagem e, por meio
da descrição, estabelecer inferências.
O critério fundamental da análise de conteúdo é o fragmento singular do
documento: a palavra considerada como a menor unidade textual e passível de se
analisar a frequência com que aparecem no texto, a fim de se estabelecer
correlações significativas entre as unidades e extrair conteúdo relevante da
mensagem.
As categorias são a forma como
as palavras se reúnem. A eleição dessas categorias é importante para se atingir
os objetivos que se pretende atingir na pesquisa e depende da natureza desta.
A narrativa é uma história expressa numa linguagem aberta, que
quem a recebe – destinatário – tem a possibilidade de interpretação livre. A
análise de narrativa pode ter uma variedade de formas em pesquisa. Existem duas
orientações fundamentais: 1 – formalismo estruturalista, que pressupõe que a
coerência do texto pode ser encontrada nos códigos, sintaxe e formas; 2 –
experiências vividas, essa orientação analisa a narrativa das experiências
vividas, produzidas nas interações sociais, especialmente nas entrevistas
clínicas.
A análise do discurso tem como pressuposto que o discurso
não se restrinja à estrutura ordenada de palavras, nem a uma descrição ou a um
meio de comunicação, nem tampouco se reduz à mera expressão verbal do mundo. A
análise do discurso procura analisar o uso da linguagem em discursos
contextualizados de pessoas que interagem, e os processos pelos quais dão forma
linguística e produzem sentido nas suas interações sociais. A análise do
discurso é, segundo Van Dijk (1985) apud Chizzoti, uma forma de estudar o uso
da linguagem que procura identificar o processo pelo qual as pessoas dão forma
discursiva às interações sociais, produzem sentidos ao que falam e orientam
suas ações no contexto em que vivem.
Assim, Chizzoti (2006) afirma que algumas referências têm sido, entre
outras, os pressupostos de pesquisas sobre análise de conteúdo, de narrativa e
do discurso, que tem suas referências principais no estruturalismo, em Focault,
na semiótica e na teoria crítica, entre outros, concluindo que eles (o
estruturalismo, os discípulos de Focault, a semiótica e a análise crítica) são
exemplos, entre outros, dos diversos pressupostos pelos quais o discurso pode
ser analisado. E ainda, que as pesquisas que utilizam a análise do conteúdo, do
discurso ou de narrativas para estudo de um texto têm tido um desenvolvimento
expressivo com técnicas inovadoras que enriquecem as possibilidades de pesquisa
nessa modalidade de investigação.
Referência
CHIZZOTI, Antônio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e
sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
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