Em pesquisas que
envolvam o uso de análise de informações, análise de dados e de evidências empíricas,
faz-se necessário o uso de técnicas para ajudar o pesquisador no
desenvolvimento e conclusão de sua pesquisa. Existem dois tipos de dados: os
primários, que são os dados colhidos diretamente na fonte; e os secundários -
aqueles já coletados que se encontram organizados em, por exemplo, arquivos,
banco de dados, anuários estatísticos, relatórios, entre outros. Existem alguns
cuidados a serem tomados antes de iniciar a construção de um instrumento para a
coleta de informações como, por exemplo, avaliar se é possível o uso do
instrumento, pois quando já testado, poderá garantir a validade e
confiabilidade das medidas à serem obtidas.
Alguns passos, de uma forma geral,
devem ser seguidos como procedimento para construção de um instrumento para
coleta: a) fazer uma lista de variáveis que se pretende medir/descrever; b)
fazer uma revisão do significado e definir conceitualmente cada variável
listada; c) Revisar como cada variável será medida ou descrita; d) Escolher a
técnica a ser utilizada e iniciar o instrumento de coleta. Para a coleta de informações, dados e
evidências, temos algumas opções, que quando combinadas, permitem uma melhor
qualidade da investigação.
A Observação é uma técnica
que envolve a percepção sensorial do observador. Bastante útil nos
planejamentos e execuções de trabalho de campo. A técnica de observação utiliza
os sentidos para obtenção de determinados aspectos da realidade. Outra técnica
comum na pesquisa para a coleta de informações é a Observação Participante
(OP). Nesta técnica, o pesquisador-observador torna-se parte integrante de uma
estrutura social. Nessa técnica, OP, o pesquisador não é apenas um observador
passivo, ele pode participar dos eventos e situações que estão sendo
observados. A técnica de Pesquisa Documental não deve ser confundida a
estratégia de investigação de pesquisa bibliográfica, pois apesar de serem
semelhantes, a pesquisa documental busca material que não foi editado, como
cartas memorandos, correspondências de outros tipos, avisos, agendas,
propostas, relatórios, estudos, avaliações etc. A entrevista é uma
técnica cujo objetivo é compreender e entender o significado que entrevistados
atribuem a questões e situações, em contextos que não foram estruturados
anteriormente, com base nas suposições do pesquisador. A técnica de Laddering é utilizada em
entrevista através de uma série de perguntas que são bastante adequadas à
avaliação qualitativa que auxilia o investigador na compreensão de
significados, atitudes e comportamentos dos entrevistados. Essa técnica (Laddering) é muito utilizada em
pesquisas de Marketing para entender o comportamento dos consumidores. A
técnica de Painel é um tipo especial de entrevista em que um grupo fixo
de respondentes é entrevistado, em períodos regulares, com iguais perguntas, a
fim de estudar as evoluções das variáveis de um estudo. Exemplo dessa
modalidade são os “painéis de consumidores”. O Focus group é um tipo de entrevista em profundidade
realizada em grupo. Nessa técnica é colocado um tópico específico o qual é
amplamente discutido. Muito importante e popular instrumento de coleta de dados
para uma pesquisa social o Questionário pode ser definido como um
conjunto ordenado e consistente de perguntas a respeito de variáveis e
situações que se deseja medir ou descrever. As técnicas de Escalas Sociais e
de Atitudes possibilitam a transformação em fatores numéricos das variáveis
qualitativas. Ou seja, viabilizam possíveis mensurações de diversos fenômenos
sociais expressos por meio de variáveis qualitativas, as quais não
possibilitariam medições. Os principais tipos de escalas são: Likert,
Diferencial Semântico, Escalas de Importância e Escalas de Avaliação. A História
Oral é um meio em que o discurso do ator é registrado em algum meio com as
palavras precisas, já na História de Vida o pesquisador procura
reconstruir toda a história do ator através de consulta e análise de conteúdos
de diários, memórias, autobiografias e de história oral. A Análise de
conteúdo é uma técnica para se estudar e analisar a comunicação de maneira
objetiva e sistemática, buscando a essência de, por exemplo, um texto nos
detalhes das informações, dados e evidências disponíveis. A frequente
necessidade de se compreender os depoimentos falados e escritos por diversos
atores de um estudo torna interessante a técnica de Análise do Discurso.
A análise do discurso foca na construção de procedimentos capazes de
transportar o olhar do leitor a compreensões menos óbvias, com certa
profundidade através da desconstrução do literal, do imediato. A análise do
discurso permite compreender tantos a mensagens explícitas quanto às mensagens
implícitas.
Referência
MARTINS, Gilberto de Andrade;
THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia da
investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas,
2007.
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