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terça-feira, 30 de outubro de 2012

RESUMO artigo Ecological Citizenship and the Corporation: Politicizing the New Corporate Environmentalism


Conforme os autores, o pensamento ecológico tem tido um papel importante na evolução do pensamento sobre a organização e gestão. Isto variou de considerações sobre a participação do ambiente na tomada de decisão empresarial para a exploração de novas formas de gestão com base em princípios ecológicos e contribuições específicas na análise do ciclo de vida, sustentabilidade e ecologia industrial. Passando para os aspectos ecológicos da gestão corporativa surge o conceito do “Novo Ambientalismo Corporativo” (NAC) que é definido como retórica referente ao papel central dos negócios na realização tanto do crescimento econômico e racionalidade ecológica como um guia para a gestão que enfatiza o controle voluntário e proativo dos impactos ambientais que excedem ou vão além da legislação ambiental e conformidade normativa. O artigo começa com um esboço da natureza da cidadania e da corporação. Três diferentes conceituações de cidadania ecológica são introduzidas para sintetizar as perspectivas divergentes evidentes na literatura. O caráter cidadão de corporações se torna mais evidente se olharmos para seu papel de participar da governança social ao lado de outros cidadãos e seus representantes. Este aspecto é particularmente relevante no contexto do NAC, como sociedades de fato participam na arena da política verde. Dessa forma, o artigo volta-se especificamente para perspectivas ecológicas sobre cidadania. Perspectivas ecológicas representam relativamente novas maneiras de pensar sobre as definições das relações de cidadania. É a afirmação dos autores de que a cidadania ecológica oferece alguma promessa para o desenvolvimento da compreensão sobre o papel da empresa na sociedade. Em um nível básico, a cidadania ecológica é preocupada com o status, direitos e processos de participação que usufruem os cidadãos em relação ao ambiente natural. No entanto, as diversas terminologias de cidadania ambiental abraçam um amplo espectro de opinião sobre a forma e a importância relativa desses recursos. É possível discernir três vertentes, cada uma delas caracteriza a cidadania ecológica diferentemente. Primeiro, há a noção fundamentada em ideias pré-modernas de identidade e status, sendo intimamente ligada a um determinado território físico ou ambiente ecológico em vez de um Estado-nação e/ou governo. Em segundo lugar, há a noção de cidadania, sendo fundamentada em aparelhos modernos de cidadania liberal ou republicana e concentrando-se predominantemente nos direitos ambientais ou o bem comum, respectivamente. Terceiro, há uma noção baseada na não territorialidade que pretende estabelecer uma base inteiramente nova para a cidadania. Essas três vertentes (cidadania ecológica como conexão íntima; cidadania ecológica como uma extensão dos direitos e obrigações e cidadania ecológica como uma nova obrigação de não territorialidade) são aprofundadas pelos autores ao longo do artigo. Dentre os conceitos que foram expostos, devemos dar atenção para o de Dobson: conceito de pegada ecológica — "uma avaliação quantitativa da área biologicamente produtiva (a quantidade de natureza) necessária para produzir os recursos (alimento, energia e materiais) e para absorver os resíduos de um indivíduo, cidade, região ou país” A pegada ecológica é uma ferramenta bastante conhecida para estimar a quantidade de área de terra produtiva que é necessária para sustentar uma população humana específica em termos de sua assimilação de consumo e desperdício de recursos. Nesse contexto, pode-se distinguir três domínios principais: responsabilidades para exportação de cidadania liberal; repensar o conjunto dos stakeholders; e reconfigurar a comunidade do cidadão corporativo. A cidadania ecológica oferece uma variedade de formas para explorar a relação entre empresas, cidadania e ambiente. Isso inclui novas abordagens sobre o papel das empresas na exportação de cidadania liberal e o impacto que isso tem sobre as comunidades indígenas e seus conhecimentos e cultura. Ela também inclui novas maneiras de pensar sobre os stakeholders e comunidades alternativas de obrigação em torno da empresa. Em relação às responsabilidades para a exportação de cidadania liberal, há promessa considerável no uso de cidadania ecológica para melhorar as conceituações e o papel das corporações sobre a configuração social, política, econômica e a paisagem ecológica das comunidades. A cidadania ecológica oferece uma dimensão política importante para o discurso do NAC que está ausente no momento. A corporação não tendeu a característica muito proeminente nas análises políticas da cidadania e do ambiente, considerando que da mesma forma, a análise política da cidadania ainda precisa inserir o debate sobre as empresas e a sustentabilidade. No artigo, os autores abriram espaço conceitual para teorizar sobre ambientalismo corporativo no momento em que o papel político da empresa está cada vez mais aberto para o debate. Como uma contribuição fundamental para o debate em curso sobre NAC, cidadania ecológica oferece um conjunto de lógicas discretas para repensar as dimensões políticas de responsabilidade corporativa para o ambiente ecológico. A análise feita pelos autores ajuda a compreender e traduzir as questões que foram discutidas de forma isolada, dentro de um quadro político mais amplo e sistemático. É necessário, segundo os autores, mais investigação antes de se desenhar propostas mais concretas de reforma do pensamento de cidadania ecológica.
Referência: MATTEN, Dirk; MOON, Jeremy; CRANE, Andrew. Ecological Citizenship and the Corporation: Politicizing the New Corporate Environmentalism (December 1, 2008). Organization & Environment, Vol. 21, nº. 4, pp. 371-389.

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