Ao tentarmos definir um fenômeno
científico, acabamos, baseados em nossas hipóteses de trabalho (e até mesmo
baseado em nossas experiências de vida), colocando limites para que essa
definição fique mais clara. A grande questão é que ao impormos esses limites certamente
iremos “desfigurar” ou deixar o fenômeno pesquisado sem riqueza. Dependendo da
metodologia científica adotada – positivista, dialética, alternativa, moderna,
pós-moderna – os resultados dessa definição podem sair muito diferentes.
A
abordagem utilizada para definir conhecimento científico foi a dialética, pois
se alinha bem melhor com a maneira complexa dos fenômenos e sua dinâmica não
linear. Aqui é traçada uma aproximação dialética, pois esta tem como hipótese
que todo fenômeno - que é dinâmico, complexo e não linear - não fica preso em
definição.
Pretende-se,
assim, dizer o quão importante se torna definir bem. Usando termos simples, que
irão representar a clareza, e usando termos um pouco mais complexos para não
deixar o fenômeno empobrecido. Para essa definição ser bem definida é imprescindível
a utilização de um dos métodos mais característicos do procedimento científico:
a análise. Neste contexto, a análise nada mais é do que a decomposição do todo
em partes. Com a análise do conhecimento científico tivemos o processo de
conhecimento controlado que produziu as tecnologias sofisticadas; a análise
empurrou o conhecimento científico para a questão do método, combinando a
lógica dedutiva com indutiva (sistematicidade do pensamento mais controle
empírico). Com isso, vemos que a análise
necessita, assim como a definição, de limites. Pois para analisar é preciso que
se defina as ideias com clareza, delimite bem os conceitos e deixe as teorias o
mais transparente possível.
Para
começarmos a tentar definir conhecimento científico é necessário saber a
diferença de termos como: ciência, conhecimento científico, tecnologia e pesquisa
em relações às diferentes áreas do conhecimento. Outro fator importante para a
tentativa de definição do conhecimento é a preferência pela sua reconstrução,
que neste caso significaria a fabricação do conhecimento e da aprendizagem, ou
seja, a pesquisa em si. Para a construção de uma definição de conhecimento,
necessário se faz também considerar que termos como teoria e prática, apesar de
terem sentido próprio, apresentam-se, nesse contexto, no mesmo “terreno”. Temos
quatro tipos de pesquisa: pesquisa teórica, pesquisa metodológica, pesquisa
empírica e a pesquisa prática. Nenhuma é autossuficiente. Quando da demarcação
científica, notamos que o conhecimento científico não é: senso comum, sabedoria
ou bom-senso, ideologia, e nem paradigma específico. Na verdade, do ponto de
vista dialético, conhecimento científico é um método bem estruturado de
questionamento. Esse procedimento metodológico congrega dois critérios de
demarcação científica: critério formal e critério político.
Os
elementos que devem conter em um trabalho para que ele seja reconhecido como científico
é: ser lógico, sistemático, coerente e com uma boa dose de argumentação. Dessa
forma, podemos sistematizar alguns critérios formais de demarcação científica como
coerência, sistematicidade, consistência, originalidade, objetivação e
discutibilidade, onde o propósito é a formalização. É a partir daí que iremos
achar uma das principais virtudes da ciência: neutralidade e objetividade.
Não
há como dissociar conhecimento científico do fenômeno político, este faz parte
da nossa história. Assim sendo, o trabalho científico que defendemos, além dos
elementos já arrolados, precisa ser aceito. Essa “aceitação” traduz que não só
de boa argumentação está a tese, mas também necessita de uma boa dose de
reconhecimento social. A interferência que o fenômeno político causa em nossas
vidas e no restante da sociedade não pode ser visto como trabalho de sala de
aula ou laboratório. Respondendo a pergunta – “a quem serve a ciência?”: esse
fenômeno deve ser usado na busca para construir uma sociedade mais sustentável,
no seu sentido econômico, social e ambiental, e, de alguma forma, diminuir a
desigualdade social com a redução da pobreza.
Assim para demarcar a
cientificidade, é preciso levar em conta a intersubjetividade (o que é ou não
válido), autoridade por mérito (posição respeitada em determinado espaço
científico), relevância social (por fim aos trabalhos irrelevantes) e, por fim,
a ética (a quem serve a ciência?).
Referências
DEMO,
Pedro. Metodologia do conhecimento
científico. 2. ed. , São Paulo: Atlas, 2000.
Resumo? se isso é um resumo,imagina a pesquisa inteira.'-'
ResponderExcluirKkkkkk verdade..
ResponderExcluirMe arrependimento Em ler. Nada av.. kkkk����������������������